domingo, 1 de abril de 2012

Celso Amorim sobre o F-X2: ‘já estamos nos últimos capítulos’


 
Istoé – Então os projetos de investimento e modernização das Forças serão mantidos?
Celso Amorim - Sim. A compra dos helicópteros não foi afetada, nem o projeto do submarino nuclear ou o programa dos blindados.
Istoé -Mas e o F-X2? A compra dos caças virou uma novela que já dura mais de uma década…
Celso Amorim - Posso dizer que já estamos nos últimos capítulos. Tenho uma expectativa de que a compra dos aviões possa ser resolvida ainda neste semestre.
Istoé – E a troca de informações com a Índia sobre a compra que eles fizeram de 126 caças Rafale? Muita gente interpretou como mais um aval brasileiro ao avião francês.
Celso Amorim - Não tem sentido. Minha visita à Índia para firmarmos essa cooperação já estava marcada muito antes de eles definirem a compra. Coincidiu de optarem pelo Rafale na semana em que fui lá.
Istoé – Os outros dois concorrentes não podem reclamar de um tratamento privilegiado?
Celso Amorim - Não há essa possibilidade. Eu já recebi aqui delegações da Suécia em que estava presente o presidente da Saab. Está prevista uma visita do secretário de Defesa dos EUA, mas não sei se ele vai tocar no assunto. Nada disso influencia no meu julgamento.
Istoé – Nem a decisão dos EUA de cancelarem a compra dos Super Tucanos?
Celso Amorim - Foi algo decepcionante, sem dúvida, e me parece improvável que possam reverter o resultado. Mas não há relação, até porque estamos falando de uma compra de R$ 300 milhões e de outra de R$ 5 bilhões.
Istoé – A cooperação entre o Itamaraty e o Ministério da Defesa nem sempre funcionou satisfatoriamente. Sua vinda para cá tende a melhorar esse diálogo?
Celso Amorim - Sinceramente, nunca houve uma divergência muito grande. Pode ter havido algum detalhe em algum momento, mas participamos de muitas coisas juntos. Claro que minha vivência no Itamaraty talvez ajude.
Istoé -  De que maneira?
Celso Amorim - A grande estratégia de Defesa do Brasil tem que incluir as Relações Exteriores. Creio que pode haver uma mudança de intensidade nesse sentido, especialmente na cooperação com a América do Sul. Este é um dos grandes eixos de trabalho para os próximos anos. Se para o mundo nossa política é mais de dissuasão, para a região é de cooperação.
Istoé – Falando nisso, ressurgiu agora o debate sobre a soberania das Malvinas. Como o Brasil está lidando com isso?
Celso Amorim - A demanda da Argentina é histórica, e o Brasil apoia, assim como todos os demais países da região. Mas nós procuramos levar isso com transparência e bom-senso. Afinal, nós também temos uma cooperação importante com o Reino Unido.
FONTE: Istoé   FOTO: Agência Brasil

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